terça-feira, 3 de maio de 2011

   "Esforçaste para conseguires alcançar qualquer coisa que te foi predestinada, em que o único objectivo é não ser um fracasso... então dás tudo e, ainda dás mais, dás tanto que te sacrificas. O sacrifício confunde-se com uma chaga. No fim de tanto esforço sentes-te exausta, mas rapidamente sentes um estado de satisfação, pois sentes que deste tudo e que melhor pouco fazias. Agora resta-te recuperares do esforço e aguardares pelos resultados de tanto empenho.
   Cai o pano e resulta e tão pouco tudo aquilo que fizeste, nesse momento paralisas e um fluxo gelado corre-te nas veias, sentes um gosto tão amargo que te arrepias... e sentes, nem sabes o que sentes!"

   O texto dela (A.) traduz tão bem aquilo que sinto. Ela percebe tão bem, talvez por ter demasiadas semelhanças com ele, talvez por ter algumas semelhanças comigo, talvez por sermos mulheres, ou talvez por nada disso e ser apenas coincidências da vida.
   Eu estava conformada, embora não entendesse, eu tinha interiorizado que não voltaríamos a falar, mas a "vida" teima em pregar-me partidas. Eu tinha fechado o pano, eu tinha ido para outro teatro, fazer outra peça e ainda assim quiseram que voltasse atrás, que voltasse a fazer a mesma peça. Desta vez vai ser diferente, vai ser a mesma peça, sim, mas com um final diferente, com falas diferentes, com acções diferentes, tudo vai ser diferente. Desta vez vai ser à minha maneira. (Assim espero. Espero ter forças para isso.)

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